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“Sinto que não tenho valor”; segunda reunião da comissão da saúde mental discute suicídio em Blumenau, números graves entre jovens e auto cobranças por desempenho

Na manhã desta terça-feira, 17, foi realizada a segunda reunião da Comissão de Saúde Mental, realizada na Sala das Comissões, na Câmara de Vereadores de Blumenau. Proposta e direcionada pelo vereador Bruno Cunha, teve como integrantes duas voluntárias do Centro de Valorização da Vida (CVV), a coordenadora de Psicologia da

Uniasselvi, Adriana Lobo Müller, o presidente do Núcleo de Saúde Mental da Acib, Carlos Mozarth Machado, e Franklin Fischer, voluntário do movimento Janeiro Branco.


As voluntárias do CVV, que atendem - inclusive em plantões de madrugada - pessoas com pensamentos suicidas, apresentaram o cenário dos atendimentos, cada vez mais crescentes na cidade e na região. “A gente ainda tem uma maioria de pessoas idosas, mas o número de jovens é bastante crescente. Em geral, eles afirmam que não são ouvidos, e quando são ouvidos, são criticados. Os mais velhos dizem que é bobagem, que na idade deles já estavam trabalhando, enfim, diminuem a dor dos jovens”, explicou uma das voluntárias.

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Além de Bruno, integraram a comissão os vereadores Bruno Win, Silmara Miguel, Marcelo Lanzarin e Cristiane Loureiro. Na posição de médico e ex-secretário da Saúde, Lanzarin falou sobre alguns dados de suicídio. “Sabemos que o nosso Vale do Itajaí infelizmente tem índices muito altos de suicídio. Comenta-se muito sobre Pomerode, mas Blumenau ainda tem o maior número per capita desse tipo de causa”.


A psicóloga Adriana comentou sobre a importância de não individualizar os problemas de saúde mental, e sim ter uma percepção mais ampla como sociedade. “Vivemos uma sociedade do desempenho, na qual precisamos ser sempre os melhores e mais felizes, e as redes sociais pioraram isso. Quando a pessoa percebe que seu desempenho não está dos melhores, seja no trabalho, ou na vida, ela diz: ‘Sinto que não tenho valor’, e é onde temos os problemas de saúde mental. Precisamos dar garantias para as pessoas, de saúde, de educação, de lazer. As pessoas não têm dormido mais com qualidade, estamos cada vez mais consumindo medicamentos para buscar uma melhora”.


Segundo Franklin, é importante buscar ferramentas que ajudem a identificar estes problemas. “Muitas pessoas normalizaram se sentir mau, e ficam mau por tanto tempo que até se esquecem como é se sentir bem. Temos que investir em políticas que ajudem nossa população a voltar a ter uma sensação de bem-estar”.



Fotos: Maria Antonia Niehues

 
 
 

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